quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Choro de Saudade



Querendo ou não apenas uma coisa podia a animar naquele momento, ele. Não havia no mundo algo mais aconchegante e tranqüilizador quanto ele, seu cheiro, seu toque, seu sorriso, seu olhar... Tudo isso a fazia arfar de saudade. Saudade de beijos? Não, esses ela ainda espera com muita cautela e ao mesmo tempo inquietude. Mas então o que a fazia arfar? Apenas o contato entre eles, o mínimo contato a fazia muito mais do que um mero ser humano, fazia senti-se como um anjo livre que podia enfrentar as barreiras de todo o mundo e voar com tranqüilidade.
Mas o que havia de tão belo nele? Todos aqueles músculos muito bem definidos que sempre amaciava a sua queda? Ou será que aquele sorriso encantador e profundo, o qual não a deixava piscar? Quem sabe o olhar pelo qual ela se apaixonou desde seu primeiro dia naquele lugar? Bom, ela se apaixonou pelo seu caráter e sua forma alucinante de tratá-la, a qual foi se perdendo com o tempo, como desenhos na areia, a amizade e um possível romance foram suavemente apagados por uma onda, mas o amor nunca foi e, para ela, nunca será apagado, assim como a areia, que não importa as ondas, ela sempre estará lá.
E agora? Sozinha, desamparada por seus grossos e firmes braços, como ela ficará? Chorando, chorando cada vez mais e mais o esperando a cada soluço, e ele nunca aparece para suas lágrimas enxugar. Então ela, como sempre, se conforma, se levanta, enxuga suas lágrimas, afinal de contas daqui a um ou dois dias ela estará aqui novamente chorando por ele, e lembrando-se que ele é apenas um sonho impossível.

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